terça-feira, 4 de maio de 2010

Vanguarda Artística: Impressionismo

Capítulo - 74 Sal O May

Os cabarés de São Paulo são longínquos Como virtudes Automóveis E o pisca-pisca inteligente das estradas Um soldado só para policiar minha pátria inteira

E o gru-gru dos grilos grelam gaitas E os sapos sapeiam sapas sopas No alfabeto escuro dos brejos Vogais Lampiões lamparinas E tu surges através de um fox-trot errado e da lenda

Delenda linda Salomé Ó dançarina cafajeste Cheia de moscas ignorantes e de boas intenções

A javá é uma polca porca com poeira azul Mas o roxo arroxa a procissão de cortinas cor-de-rosa

Eu não ligo Eu quero saber que negócio é esse de esperar com o revólver na estrada Aquele capanga preto mandou o braço e a mulher levou um pontapé Na barriga O saxofone obstina uma dor de dentes delirantes Que o maxixe espasma Entre tiros e gorjetas Mas o escapamento aberto escapa Na noite penitenciária

Senhor dai-nos o pão-de-ló iluminado da redenção

O Tietê rola rumas de tijolos Côr-de-água côr-de-rosa

Guilherme Hideyuki Kubo


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